Desde seus primórdios, o ser humano sempre conviveu com os mais diversos tipos de doenças que alarmavam a população. A lepra, ontem; o câncer, hoje. Pesquisa do Instituto Datafolha aponta que o diagnóstico que 76% dos brasileiros mais temem receber ainda é o de câncer. Já o Instituto Nacional do Câncer (Inca) revela que surgem 600 mil novos casos da doença todos os anos no Brasil e que, em cada 10 casos, três estão relacionados ao estilo de vida que as pessoas levam. Hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool, sedentarismo, obesidade e exposição exagerada ao sol aumentam as chances de incidência da doença.
Apesar de os números ainda assustarem, vale lembrar que a Medicina Diagnóstica nos dá meios de detectar um câncer em estágio bastante inicial e plenamente passível de tratamento – aumentando as chances de cura. De acordo com o pesquisador João Viola, do Inca, uma vez que a pessoa teve câncer é sempre importante manter a vigilância. Ainda assim, ele prevê que, em 15 ou 20 anos, o câncer vai ter o mesmo ritmo que a Aids. Ou seja, o paciente fica em tratamento-controle por muito tempo, como se estivesse tratando de uma doença crônica.
Há quem afirme haver causas subjetivas para o câncer, como acúmulo de mágoa e rancor. Nem sempre, como ocorre com as doenças do corpo, a medicina pode cuidar das doenças da alma. Na Roma Antiga, quando perguntaram ao poeta Juvenal o que as pessoas deveriam desejar na vida, ele respondeu: mens sana in corpore sano (mente sã em corpo são). Essa frase é repetida inúmeras vezes em todas as partes do mundo até hoje. Isto porque, sem dúvida, boa parte de nossa saúde física depende do equilíbrio espiritual e da sanidade mental.
Esse equilíbrio pode ser buscado por inúmeros caminhos. Em seu livro O Milagre da Meditação (lançado em 2017 pela IRH Press do Brasil), o autor e mestre japonês Ryuho Okawa aponta a meditação como um “recurso que as grandes almas devem usar para aumentar seu poder, duplicando-o, multiplicando-o por três, ou mesmo cinco, dez, cem vezes”. Para ele, a primeira condição para se meditar de modo correto é “acreditar na existência do divino”.
Outra condição para não ter nosso equilíbrio emocional ameaçado é sorrir, viver com um coração puro e com amor buscar a felicidade do maior número possível de pessoas. Em A Verdade sobre o Mundo Espiritual, que acaba de ser lançado no Brasil, Okawa diz que “o ideal como ser humano é levar uma vida franca, aberta, simples e inocente”. Ele alerta que devemos viver como se tivéssemos um coração de vidro, sem vergonha de mostrar o que somos e o que estamos pensando.
É possível que entre as causas não físicas de muitas doenças, incluindo câncer, esteja a ausência de condições para a construção de uma mente sã, devido ao abandono do correto caminho ou em consequência do isolamento e da solidão. Todos enfrentam em alguma fase da vida situações familiares difíceis, reveses nos estudos, insucessos no ambiente de trabalho, desilusões amorosas.
Mas somos mais sujeitos ao desânimo e a pensamentos negativos quando nosso coração está envolto em nuvens escuras provocadas por desvios de rota, quando deixamos que vícios ocupem o lugar das virtudes e venenos como ganância, ambições, raiva, inveja e traições nos afastem da Verdade e da consciência de que devemos ser felizes e fazer a felicidade dos outros neste mundo para construir nossa felicidade no Mundo Celestial.
O pleno controle de nosso barco nos dará condições de superar tempestades, de manter serenidade e esperança mesmo diante de graves doenças. Será a boa convivência com familiares e amigos e a construção de uma vida saudável e correta que nos darão força interior para encarar problemas psicossociais como a perda de uma pessoa querida ou de um emprego sem somatizar, sem transformar isso em doença.
Com essa postura, é como se tivéssemos descoberto e tomado uma vacina contra vários problemas e doenças. Sendo assim, evite a solidão e procure usar seu tempo livre e seus conhecimentos para ajudar a quem precisa. Conviva com pessoas positivas, alegres, pessoas que conseguem ser felizes trabalhando para fazer os outros felizes. Converse, conte seu dia aos outros. Não deixe o desânimo tomar conta de você e encare cada doença, por mais dolorosa que seja, como algo transformador.
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